Como o papel é Reciclado

A reciclagem do papel é uma das mais conhecidas e comuns no nosso dia a dia. O processo pode ser feito em casa, é simples, fácil e vastamente utilizado por educadores como forma de ensinar lições de respeito ao meio ambiente para crianças. Em larga escala, a reciclagem do papel tem tomado proporções cada dia maiores e está se firmando no mercado como setor capaz de gerar renda, criar empregos e ainda reduzir os impactos ambientais desse tipo de produto.

Antes de saber como funciona o processo de reciclagem, é importante lembrar quais tipos de papel podem ser reciclados:

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O papel é feito a partir da união de fibras (vegetais, na maioria dos casos) por meio de processos físicos e químicos. Árvores como o pinus e o eucalipto são algumas das mais utilizadas para a obtenção dessas fibras e milhares de plantações dessas espécies podem ser encontradas em todo o país com o objetivo de gerar matéria-prima para a fabricação de papel e celulose.

Depois de derrubadas, as árvores são cortadas e descascadas e seus pedaços são lavados e picados em lascas de tamanhos pré-definidos. Depois, esses pedaços são cozidos e misturados a uma série de produtos químicos que transformarão a madeira em pasta celulósica. Essa pasta pode seguir para a fabricação de papéis pardos ou voltar para a indústria para passar pelo processo de branqueamento. Essa etapa utiliza outros produtos químicos para branquear a polpa, que depois é seca, prensada e cortada no tamanho definido.

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Papelão, papel de escritório, jornais, revistas e embalagens Tetra Pak são alguns modelos que podem ser reciclados/Foto: Swem Library

Esse papel está pronto para seguir para o consumo em forma de diversos produtos, como papel branco, bíblia, cartão, couché, higiênico, jornal, fotográfico, papelão, presente, vegetal, sulfite, etc. Depois de utilizados, os papéis recicláveis que foram devidamente descartados e recolhidos pela coleta seletiva seguem para o processo de reciclagem. As recicladoras ainda podem utilizar papéis pré-consumo, ou seja, recolhidos pelas próprias fábricas antes que o material passe ao mercado consumidor.

O processo de reciclagem do papel é muito semelhante à sua fabricação original. O papel recolhido é moído, molhado (criando uma massa que lembra o papel machê), prensado, tingido e seco. A diferença entre os dois processos está na utilização de produtos químicos que retiram as impurezas do papel usado (como tintas e colas) e na adição de fibras virgem que repõem o percentual perdido pelos papéis usados.

Confira o processo:

Apesar de serem facilmente reciclados, os papéis usados não podem passar por esse processo indefinidamente sem que haja perda de qualidade. Após cada utilização, eles perdem parte das suas propriedades e são considerados menos nobres do que o original.

Isso acontece porque cada vez que uma folha de papel é reciclada, parte de suas fibras originais se partem, tornando-se menores e mais frágeis. Por isso, é comum adicionar fibras virgens ao papel que está sendo reciclado, como forma de aumentar sua resistência.

Nem tão sustentável assim

Apesar dos papéis reciclados serem associados a uma imagem rústica, em tons pardos e com fibras aparentes, eles podem ser transformados em papéis brancos, como os utilizados em casas e escritórios. Para isso, a polpa precisa passar pelo processo químico de branqueamento, que reage o material com substâncias como peróxido, dioxido de sódio, dioxido de cloro, ozônio e ácido, deixando o papel branco.

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O papel é constituído de fibras que se reagrupam durante a reciclagem/Foto:Mario Quartz

Esse processo é muito criticado por ambientalistas por ser considerado altamente agressivo ao meio ambiente devido ao uso do cloro. Por isso, quem fabrica papel reciclado geralmente mantém a sua coloração natural como forma de reduzir os impactos da produção e ainda reforçar os valores ambientais do produto para o consumidor.

Outros produtos químicos utilizado durante o processo de reciclagem também podem causar danos ao meio ambiente se não forem aplicados da maneira adequada e descartados corretamente.

Papel amigo da natureza

Reciclar o papel utilizado em vez de produzir novas unidades pode gerar um grande impacto no meio ambiente. Segundo a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, uma tonelada de aparas (papéis cortados para a reciclagem) pode substituir o corte de 15 a 20 árvores, dependendo do tipo de papel que será produzido. Já para a Associação Brasileira das Indústrias Recicladoras de Papel (ABIRP), esse número pode chegar a 30 árvores adultas.

Além de evitar que milhares de árvores sejam derrubadas, o processo de reciclagem consome menos água e energia que a produção de papel virgem. Apesar de existirem muitas notícias sobre essa economia, não existem dados definitivos sobre isso.

Por fim, a reciclagem do papel ajuda a aliviar a tensão em aterros e lixões. Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) referentes ao ano de 2007 indicam que o papel e o papelão correspondem a 50,7% de todo o lixo produzido no país.

O Brasil é o quarto maior produtor mundial de celulose e o 11º maior produtor de papel. Com isso, a indústria de celulose do país já ocupa mais de dois milhões de hectares de florestas cultivas para fins industriais e produziu, apenas em 2008, 9,4 milhões de toneladas de papel.

Segundo a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) o país já recupera 43,7% do papel produzido no território nacional. Isso representa um montante de quase quatro mil toneladas de papel reciclado apenas em 2008 - um crescimento de mais de 5% em relação ao ano anterior. Com isso, o Brasil tornou-se o 10º país que mais recicla seu papel no mundo. O primeiro lugar ficou com a França, que recupera mais de 80% dos papéis recicláveis.


fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org.br/

Um comentário:

  1. afff está muuito legal mas esta faltando a forma quimica da reciclaegen do papale

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