O Eterno Problema do Saneamento Básico no Brasil

Tratamento do esgoto, problema sério de saúde pública

17/8/2012 13:38,

Situação preocupante. É assim que devemos receber a divulgação da última edição do levantamento do Instituto Trata Brasil, nesta 5ª feira (16.8). O estudo mostrou que 63,72% do volume de esgoto gerado nas 100 maiores cidades do país, no ano de 2010, não passou por tratamento adequado. Já em relação à água, a situação é diferente: em 2010, 90,94% da população das maiores cidades do país tiveram acesso à água tratada.

Apesar da melhora que houve de 2003 para cá, depois da criação do Ministério das Cidades – uma iniciativa do primeiro governo do ex-presidente Lula –, ainda estamos muito longe de podermos cantar vitória nessa área. Os dados são eloquentes. A questão do saneamento continua sendo um grave problema de saúde publica. São coisas intrinsecamente: a cada R$ 1 real investido em saneamento, economiza-se R$ 4 em tratamento de saúde.

O governo federal tem colocado financiamentos à disposição dos estados e municípios. Mas, na maioria dos casos, uns e outros são incapazes de apresentar projetos e tomar empréstimos, seja por excesso de endividamento, insolvência e ou inadimplência das empresas públicas estaduais ou municipais. Cria-se um círculo vicioso que atrasa a universalização desses serviços.

A outra saída, a concessão à iniciativa privada da exploração do serviço de coleta e tratamento de esgotos, esbarra nos riscos e nas tarifas e no temor de uma privatização da água. São serviços que, como a educação e a saúde, devem ser públicos e universais. Até porque são pagos, e bem pagos.

Resíduos nem são coletados; maior parte coletada não é tratada

O relatório divulgado pelo Trata Brasil aponta que 40% da população das maiores cidades do país não têm acesso à coleta de resíduos. São 31 milhões de pessoas sem coleta de esgoto. Uma parcela expressiva de brasileiros (13 milhões de pessoas) sequer têm banheiro em casa.

Quando falamos em termos de população do país como um todo, a situação é a seguinte: o atendimento em coleta de esgotos atinge 46,2% dos brasileiros. Mas, do esgoto gerado, apenas 37,9% recebe algum tipo de tratamento. Por causa dessa discrepância, o total de resíduos despejados nos rios e mares, por dia, chegou, segundo a entidade, a cerca de 8 bilhões de litros O equivalente ao volume de 3,2 mil piscinas olímpicas.

No ranking de saneamento básico levantado pela entidade, a 2ª cidade mais rica do país, o Rio de Janeiro, fica na 37ª posição, com um índice de coleta de esgoto de 70,12% da população. A capital fluminense ficou atrás de outras capitais como Brasília (11ª), Curitiba (12ª), São Paulo (18ª) e Salvador (32ª).

A pesquisa apontou ainda que, em média, os 100 maiores municípios investiram em 2010 apenas 28% de sua receita em saneamento básico. A maioria deles, 60% do total, não investiu nem 20% de sua receita para ampliar a coleta de resíduos.

Na água tratada, situação é melhor

O levantamento do Instituto Trata Brasil mostra um cenário diferente em relação à oferta de água tratada. Em 2010, 90,94% da população das maiores cidades do país tiveram acesso à água tratada, um total de 70 milhões de pessoas. O índice foi superior à média nacional, medida pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico, do Ministério das Cidades, que foi de 81,1% (inclui áreas urbanas e rurais).

Na grande maioria das cidades pesquisadas, 89%, 80% ou mais da população é atendida com água tratada, tendo 20% delas oferta completa. No Rio, 91,16% da população tem acesso à água tratada. Em Niterói, chega a 100%.


fonte:http://correiodobrasil.com.br/

Estou compartilhando matéria do Globo Ecologia onde podemos entender
um pouco mais sobre este assunto.







Um comentário:

  1. Isso é uma vergonha!!!!

    Em muitos casos, por serem as obras de saneamento básico tratadas como invisíveis pela lógica eleitoral (obras enterradas que não dão votos), autoridades preferiram construir postos de saúde e hospitais em vez de tratar da causa das doenças, ou seja, os esgotos jogados indiscriminadamente na natureza.

    O déficit de saneamento básico é um traço perverso do atraso do país em infraestrutura, dificultando a superação dos problemas crônicos que nos retêm no Terceiro Mundo.

    Ainda persiste a mentalidade de que as políticas para o setor são contraproducentes, uma vez que obra não aparente não traz votos.

    Se não garantirmos o que há de mais essencial para o povo brasileiro, não chegaremos a um futuro que tenha bem-estar, progresso e cidadania.

    Abraços,
    Dedetizadora Desentupimento

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