Através da Reciclanip, os pneus usados no Brasil já possuem um destinação final efetiva

Reciclanip/Divulgação

PÓS-CONSUMO

De pneu velho a piso de quadras, tapete e cimento

A Reciclanip, entidade sem fins lucrativos criada por empresas fabricantes de pneu, tem uma rede nacional de postos de coleta e destinação adequada os pneus descartados. Aproveitado na indústria, o material produz asfalto, cimento e artigos de borracha

No ranking da produção mundial, o Brasil ocupa o sétimo lugar na produção de pneus para automóveis e o quinto em pneus para caminhões, ônibus e caminhonetes. Somente em 2007, a Anip - Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, entidade que representa os fabricantes de pneus novos no Brasil, produziu 57,3 milhões de unidades.

Foi para dar um destino aos pneus velhos, diferente do abandono em terrenos, quintais ou lixões, que em 1999 a Anip implantou o Programa Nacional de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis.

Em 2007, os fabricantes de pneus novos Bridgestone Firestone, Goodyear, Michelin e Pirelli consolidaram a proposta da Anip, através da criação da Reciclanip, entidade sem fins lucrativos voltada para o pós-consumo: a coleta e a destinação de pneus inservíveis – aqueles que estão velhos e já não têm mais utilidade.

A estimativa da Reciclanip para 2008 foi a de reaproveitar 118 mil toneladas do material. Desde 1999, 898 mil toneladas já tiveram destinação adequada, o que equivale a 180 milhões de pneus de automóveis. Desde o início do Programa Nacional, os investimentos somam 64 milhões de dólares.

COMO FUNCIONA
São 314 centrais espalhadas em 21 estados brasileiros e mais o Distrito Federal e a entidade se responsabiliza pela logística a partir dos pontos de coleta determinados pela ONG.( a lista está disponível no site: http://www.reciclanip.com.br/?cont=ecopontos_ecopontosnobrasil

Um Ponto de Coleta de Pneus é criado através da parceria entre a Reciclanip e o Poder Público. A Prefeitura indica um local coberto e protegido – para evitar o acúmulo de água – onde possam ser depositados os pneus recolhidos pelos serviços de limpeza pública, além do material encaminhado pelos cidadãos, lojas e prestadores de serviço (como borracheiros). A entidade transporta, então, os pneus inservíveis para a destinação final em empresas homologadas pelo IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.

O consumidor individual pode colaborar: quando trocar um pneu em uma revenda ou borracharia, por exemplo, ele deve deixar o produto velho no local, pois assim o encaminhamento adequado ocorrerá de forma mais prática.

SOLUÇÕES
No Brasil, as formas de destinação dos pneus inservíveis são regulamentadas pelo IBAMA , que determina quais processos são ambientalmente corretos. Os principais empregos são os seguintes:

- Co-processamento - pneus têm alto poder calorífico, por isso são usados, principalmente, como combustível alternativo em fornos de indústrias de cimento, substituindo o coque (derivado de petróleo). O co-processamento é o destino de 84% dos pneus inservíveis coletados pela Reciclanip;

- Laminação - 4% vão para a laminação: cortados em lâminas, viram produtos como solas de calçados e dutos de águas pluviais;

- Asfalto-borracha - os pneus velhos são triturados e viram "pó de borracha", que é misturado à massa de asfalto.

- Artefatos de borracha - tapetes para automóveis, pisos industriais, pisos para quadras poli-esportivas, artigos para jardinagem, revestimento acústico, etc. Juntamente com o asfalto-borracha, soma 12% da destinação dos pneus recolhidos.

Para conhecer outros exemplos e procedimentos, o site da Reciclanip lista as entidades internacionais que promovem programas semelhantes.

NORMAS
A coleta e a destinação de pneus velhos no País são regulamentadas pelas resoluções nº258 e 301do Conama - Conselho Nacional do Meio Ambiente. Em linhas gerais, esses documentos determinam que fabricantes e importadores de pneus devem dar uma destinação final adequada aos pneus.

O Art.3 da resolução 301 estabelece que, desde janeiro de 2003, “para cada dois pneus novos fabricados no País ou pneus importados, novos ou reformados, inclusive aqueles que acompanham os veículos importados, as empresas fabricantes e as importadoras deverão dar destinação final a um pneu inservível”.


fonte: planeta sustentável.abril.com.br

2 comentários:

  1. trabalho com pneu remold, e acho que essa destinação tem um bom percentual no montante geral de aproveitamento.

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  2. o grande problema do co-processamento é a larga emissão de CO2, sem falar nas partículas extremamente danosas à saúde e ao meio ambiente emitidas com a queima de pneus.
    Deveriam investir mais em asfalto e outros utensílios de borracha.

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