O promissor mercado de tecnologias verdes

Sem muito alarde, o mercado das chamadas tecnologias verdes - como tratamento de água, gestão de resíduos e reciclagem e controle da poluição - está em franco crescimento e já movimenta a cifra de US$ 5 bilhões no Brasil, o que faz de nós o maior mercado de soluções ambientais da América Latina.
Tanto é que já existe um movimento forte de consolidação desse setor no Brasil. Empresas estão comprando suas concorrentes e criando verdadeiras ‘holdings’ de sustentabilidade, com apetite para crescer.
Um exemplo é o grupo Haztec, do Rio de Janeiro. Criada há dez anos por três recém-formados, a empresa começou prestando serviços de controle da poluição em postos de combustíveis. Evitavam, por exemplo, que o combustível vazasse para o lençol freático. Com o tempo, foram aumentando a oferta de serviços, até que chamaram a atenção de um grupo de private equity (que compram participações em empresas), o Synthesis, que em 2003 adquiriu o controle da empresa.
Até que, em 2007, dois fundos de investimentos ligados apostaram no potencial de crescimento desse mercado ‘verde’. Com o aporte de recursos, a Haztec foi às compras. Adquiriu o controle de seis empresas em menos de dois anos e se tornou a maior companhia de serviços ambientais do País. Hoje oferecem soluções nas áreas de água, controle de poluição, gestão de resíduos industriais e lixo urbano, entre outras.
Poluir vira crime
Como lembra Marcos Ferreira, presidente da Haztec, “há dez anos atrás o mercado de tecnologias e serviços ambientais inexistia. Graças à Lei de Crimes Ambientais, que acenou com a possibilidade de aplicar multas de até R$ 50 milhões à empresas poluidoras, os negócios decolaram”.
E para quem acha que sustentabilidade não é um bom negócio, Ecogerma 2009 foi a maior feira realizada na América Latina de negócios e tecnologias ambientais. O evento é uma iniciativa da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha.
Em tempos de crise, os negócios ‘verdes’, tem sido saudados por muitos - inclusive por Barack Obama - como a grande panacéia dos novos tempos, para reerguer a velha economia moribunda.

*Andrea Vialli é jornalista com especialização em sustentabilidade pela Schumacher College, do Reino Unido. Desde 2004 escreve uma coluna voltada para o tema no caderno de Economia&Negócios do Estadão
Fonte: Envolverde/Mercado Ético

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