Ecopet - premiando novas solucões para o PET


A Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet) destacou através do prêmio Ecopet a aplicação de novas tecnologias e usos para o plástico politereftalato de etila (PET), uma tendência que ajudou a aumentar o índice de reciclagem de PET pós-consumo de 51% em 2006 para 53% em 2007.

O projeto premiado na categoria inovação foi o da Unibrindes, empresa de Diadema, que desenvolveu um processo e adaptou suas máquinas para fabricar produtos injetados, como canetas, réguas e outros materiais escolares e de uso diário, totalmente de PET reciclado."Foi uma batalha de dois anos de pesquisa para poder produzir o projeto," explicou um dos diretores da empresa, Anderson Santana. "Agora queremos aumentar a participação de produtos de PET reciclado de 15% para 80%".

Para produzir com PET reciclado, a Unibrindes teve que reavaliar toda sua a produção, adaptar máquinas e pesquisar fornecimento da matéria-prima, este último, um dos grandes entraves do processo de reciclagem de PET.

O fornecimento da matéria-prima é um problema por causa da falta de políticas públicas de coleta seletiva. Este é um gargalo que leva as 176 recicladoras de PET no país a trabalhar com uma capacidade ociosa de mais de 20%.

"Apesar da organização da cadeia gerar muitos empregos, no Brasil, a coleta seletiva só existe porque é subsidiada pela pobreza".Os catadores que coletam materiais nas cidades não têm emprego formal, nem renda fixa, mas é o principal jeito que o PET é tirado do lixo e volta para a indústria.

A falta de material também impede que empresas invistam no desenvolvimento de novos produtos feitos com o material reciclado, disse o diretor.

Hoje, 70% do PET reciclado é usado para fazer fibras texteis, como o poliester.

Um dos premiados foi exatamente esta parte da cadeia de reciclagem, a cooperativa ABC Coopcent, que juntou várias cooperativas do Grande ABC paulista e conseguiu se organizar para obter financiamento do Banco do Brasil, da Petrobras e de entidades estrangeiras.

Hoje, eles caminham para instalar um processo de beneficiamento do PET para produzir varais de roupas.

A ABC Coopcent ganhou na categoria coleta seletiva.

A Abipet, como as cooperativas, propõem que parte da solução para a organização da coleta seletiva pelos governos municipais seja por meio de novos modelos de contratos.

Para eles, os contratos atuais remuneram as empresas de coleta de resíduos, organização que cria resistência à diminuição de resíduos que poderia resultar de programas mais eficientes de coleta seletiva.

Para eles, os novos contratos deveriam ser remunerados pela quantidade menor coletada e incluir valores equivalente para cooperativas que fazem a coleta seletiva na região.

Outro empecilho para melhorar a coleta seletiva são as variações bruscas nos preços. Hoje se paga R$0,80 por quilo, uma fração do que se cobrava alguns meses, pois o preço caiu.

No início do ano, quando o preço estava mais alto, eles tiravam acima de R$500 por mês.

Visando este gargalo, a Abipet também premiou projetos que valorizam o material descartado.

O Cotan, Cotonifício de Andirá, no interior do Paraná, foi o vencedor na categoria Ação de Empresa, com o projeto Ecotan, que desde agosto de 2007, mobilizou 1.320 funcionários e alunos e coletou um volume global de 250 mil garrafas PET.

O projeto Ecotan se destacou por possibilitar que garrafas PET sejam trocadas por cupons. Esses cupons podem ser utilizados em uma rede de estabelecimentos da cidade, como supermercados e farmácias, o que despertou interesse da população local.

O projeto está em curso e pode ser conhecido no site http://www.cotan.com.br/.

Na categoria educação ambiental, o ganhador foi o projeto Viva Verde, da cidade Bertioga, no litoral paulista.O trabalho Viva Verde realizou um mapeamento do meio ambiente da região de Bertioga, concluindo que além de 85% de mata atlântica e rica biodiversidade, o município conta com a presença de muito lixo, nos bairros, ruas e rio.Iniciado em 2006, o projeto evitou que 487 quilos do material fossem parar no meio ambiente.

Em 2007, crianças de mais de 10 salas de aula ajudaram a coletar quase 4 toneladas, das quais 1.574 quilos de plásticos. O projeto rendeu R$ 500,00 com a comercialização desses materiais.A Revista Sustentabilidade participou também da premiação como jurada da nona edição do prêmio.


fonte:revista sustentabilidade

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