Através de incentivo financeiro, pescadores cariocas começam a limpar a Baía de Guanabara


Desde janeiro de 2009, pescadores artesanais - financiados pela Petrobras - removeram 480 toneladas de resíduos sólidos não orgânicos da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, que foram destinados aos aterros e geração de eletricidade pela queima.

Até o mês de abril, os resíduos eram enviados a aterros sanitários da região. A partir desta data, estão sendo enviados para o projeto piloto da usina térmica, Usina Verde, localizada na COPPE/UFRJ, onde os resíduos, passíveis de reciclagem, são encaminhados para esta finalidade, sendo que o restante é incinerado para a produção de energia elétrica.

"Estamos retirando em média de 10 a 15 toneladas de resíduos por semana das águas da Baía", disse o coordenador do projeto, professor Alberto Toledo, do curso de Geografia da Faculdade de Formação de Professores de São Gonçalo (FFP/UERJ).

Foram encontrados garrafas de vidro e PET, pneus, plásticos em geral, tecidos, latas e sacos plásticos.

O Programa Baía Limpa, como é conhecida a iniciativa da Federação de Pescadores do Estado do Rio de Janeiro (Feperj) e da Petrobras, propõe que, três vezes por semana, 144 embarcações, com 2 pescadores em cada uma, saiam em busca de resíduos flutuantes e no fundo. A busca é realizada nas águas, no mangue e na areia das praias. As embarcações recebem R$ 480,00 por semana e participam do programa por 3 meses.

Depois desse período, novos barcos entram no programa, no lugar dos antigos, para que o alcance do projeto entre os pescadores seja maximizado. Até o final do ano, a coordenação espera que 1,1 mil pescadores tenham passado pelo projeto.

Cerca de 18 mil pescadores sobrevivem da pesca artesanal na Baía de Guanabara e a atividade está sendo comprometida pela grande quantidade de lixo que é despejada diariamente nas águas da Baía.

Segundo Toledo, desde 1997 os pescadores tentam implantar o programa, porém, somente conseguiram concretizá-lo no final de 2008, com o apoio financeiro da Petrobrás.

"Segundo a categoria, o lixo provoca constantes defeitos nos motores dos barcos, além de danificar redes e outros materiais usados na pesca", explicou Toledo.
fonte: Revista Sustentabilidade 14/08/2009

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