A Disseminação da Eficiência Energética nos Lares Brasileiros



A concessionaria de energia elétrica, AES Eletropaulo, já investiu R$7,2 milhões na troca de 12 mil geladeiras em 100 favelas da cidade de São Paulo e pretende trocar mais 60 mil até o final de 2014 como parte do programa de eficiência energética da empresa, segundo relato de José Cavaretti, gerente de novos mercados.

A empresa pretende entregar mais 12 mil geladerias em outras200 favelas até o final de 2010. As outras serão distribuídas até2014.

Cavaretti acredita que com a regulamentação do plano federal de troca de geladeiras, e o programas da erradicação dos gases CFC e HCFC previsto nos protocolos de Kyoto e de Montreal, a concessionaria poderá continuar o programa e trocar de 60 a 70 mil de agora ate 2014, em uma média de 12 mil por ano.

O resultado é uma sensível redução no consumo por meio de uso de equipamentos mais eficiêntes nas residências de baixa renda.

"O primeiro é o chuveiro elétrico que nós conseguimos reduzir o consumo conscientizando o usuário sobre o uso adequado, já a geladeira não depende só de habito de consumo, se ela estiver com a regulação térmica comprometida ou se for muito antiga, o seu consumo de consumo de energia será muito alto", disse. "O consumo de uma geladeira cresce com a idade de utilização".

Enquanto o chuveiro elétrico é responsável por cerca de 30% de uma residência no Brasil, a geladeira consome entre 20% e 30%.

APROVAÇÃO DA ANEEL

O projeto de troca de geladeiras foi aprovado pela Agência Nacional de energia Elétrica (Aneel), segundo a legislação do setor que obriga as concessionarias de energia elétrica a investirem 0,5% da seu faturamento líquido em programas de eficiência energética.

A troca das geladeiras antigas por equipamentos novos foi realizada em 200 das 900 favelas dentro da região metropolitana de São Paulo, onde a concessionária atua. Segundo a empresa, as residências incluídas no programa passaram também por um processo de regularização de ligações elétrica, desenvolvido pela empresa desde 2004.

"O programa de eficiência energética voltada à população de baixa renda visa dar para as concessionarias instrumentos para que ela auxilie esses clientes a reduzirem o seu consumo de energia elétrica", disse Cavaretti.

O número exato de residências e favelas contempladas dependerá de um diagnóstico feito por meio de visitas às moradias que foram regularizadas para avaliar o estado da geladeira e a necessidade da troca.

A implementação do programa também incluiu negociações com os fornecedores das geladeiras para eles garantirem o desmonte e a reciclagem das geladeiras antigas, com o reaproveitamento do material metálico e a queima dos gases CFC e HCFC presentes nos modelos que estão sendo recolhidos.

Outra exigência é que as novas tenham gás isobuteno, que não é considerado um poluente atmosférico.

A Eletropaulo auditará o processo de reciclagem, para se certificar que ele está ocorrendo de forma idônea.

"Isso é uma filosofia que alguns países na Europa e o Japão já praticam a algum tempo, ou seja, é de responsabilidade do fornecedor de materiais a retirada e reciclagem do material antigo", disse o executivo explicando que por razões contratuais não pode revelar o nome das empresas que fornecerão os eletrodomésticos.

De acordo com Cavaretti, a empresa se preocupa em monitorar a satisfação dos participantes dos programas para poder adequá-los.

Os resultados mostraram que as famílias consultadas consideram a troca uma melhoria de qualidade de vida, pois as permite armazenar alimentos por mais tempo, enquanto a redução no consumo aumenta a auto-estima da população, que consegue manter suas contas em dia e passa a se sentir efetivamente parte da sociedade.

Cavaretti esclareceu também que, além da troca de geladeiras, a concessionaria também realiza a substituição de lâmpadas, a reforma da fiação de residências que estão em estado precário. Além disso, a Eletropaulo já está se preparando para instalar sistemas de aquecimento solar de água nas residências dentro do programa de moradia do governo Minha Casa, Minha vida, disse.

"Pretendemos fazer com que os consumidores de baixa renda consumam uma quantidade inferior a 90 KW/h, pois até este limite não há cobrança do ICMS sobre a energia, o que reduzirá ainda mais o custo da energia elétrica", explicou.

PS: Segundo publicação da revista sustentabilidade as distribuidoras de energia de outras localidades também estão com ações similares a eletropaulo como a CPFL Piratininga .No caso das concessionárias da Neoenegria - a Coelba na Bahia, a Celpe em Pernambuco e a Cosern no Rio Grande do Norte - estas pagarão 60% das geladeiras e os 40% restante, serão financiados pelo Banco Popular por meio de crédito consignado (cujas parcelas serão debitadas automativamente da conta do comprador).


fonte: revista sustentabilidade
texto adaptado da matéria escrita por Fernanda Dalla Costa

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