Peepoo - Uma alternativa barata e sustentável para comunidades carentes em saneamento básico


Li está matéria hoje no caderno do The New York Times da Folha de São Paulo e estou compartilhando o tema. A criação do Sueco Anders Wilhelmson é de interesse a todos os países com escassez em saneamento básico.

Sueco cria banheiro para favelas

Por SINDYA N. BHANOO




Um empresário sueco está tentando comercializar um saco de plástico biodegradável que funciona como um banheiro de uso único, para favelas urbanas no mundo em desenvolvimento.
Depois de usado, o saco pode ser amarrado e enterrado, e uma camada de cristais de ureia decompõe os dejetos em fertilizante, matando os organismos que produzem doenças encontrados nas fezes.
O saco, chamado de Peepoo, é a criação de Anders Wilhelmson, arquiteto e professor de Estocolmo.
"[O saco] não só é sanitário", disse Wilhelmson, que patenteou o produto, "como se pode reutilizar o material para cultivar vegetais".
Em sua pesquisa, ele descobriu que as favelas urbanas do Quênia, apesar de serem densamente povoadas, tinham espaços abertos onde os dejetos podiam ser enterrados. Também descobriu que os moradores das favelas coletavam seus excrementos em um saco plástico e o descartavam atirando-o, o que chamavam de "banheiro voador" ou "banheiro-helicóptero".
Isso inspirou Wilhelmson a projetar o Peepoo, uma alternativa ambiental que ele acredita que dará lucros. "As pessoas vão dizer: é útil para mim, mas será que o preço está bom?", ele disse.
Ele pretende vendê-lo por US$ 0,02 ou 0,03 -custo comparável ao de um saco plástico comum.
No mundo em desenvolvimento, cerca de 2,6 bilhões de pessoas, ou cerca de 40% da população da Terra, não têm acesso a banheiros, segundo a ONU.
É uma crise de saúde pública: a defecação a céu aberto pode contaminar a água potável, e cerca de 1,5 milhão de crianças em todo o mundo morrem anualmente de diarreia, principalmente por causa das más condições sanitárias e de higiene. Para atenuar isso, a ONU tem como objetivo reduzir pela metade o número de pessoas sem acesso a banheiros até 2015.
O mercado para banheiros de baixo custo no mundo em desenvolvimento é de aproximadamente US$ 1 trilhão, segundo Jack Sim, fundador da World Toilet Organization, grupo de defesa das condições sanitárias.
Mas Therese Dooley, assessora-chefe de sanitização e higiene da Unicef, disse que inculcar hábitos sanitários não é fácil. "Vai exigir uma grande mudança de comportamento", disse Dooley. Ela acrescentou que "o setor privado pode ter um papel importante, mas nunca chegará ao fundo da pirâmide".
Uma população considerável, pobre e sem instrução ficará sem banheiros, disse Dooley, e organizações beneficentes e governos terão de exercer um grande papel na transmissão de informação.
Enquanto isso, Wilhelmson está levando adiante o Peepoo.
Após testar com sucesso durante um ano no Quênia e na Índia, ele disse que pretende produzir o saco em massa nos próximos meses.

Plastiki: o barco construído com materiais recicláveis

David de Rothschild decidiu construir um catamarã com produtos recicláveis com o objetivo de alertar a necessidade do descomedido desperdício de materiais.
No dia 20, ele zarpou de São Francisco rumo a Sydney em seu barco chamado Plastiki, construído com 100% de plástico reciclável. Ele também faz um alerta sobre o problema do lixo acumulado nos oceanos.

Links relacionados:

http://meioambienteeetc.blogspot.com/2009/05/voce-ja-se-deu-conta-que-o-lixo-no.html
http://meioambienteeetc.blogspot.com/2009/08/pesquisadores-descobrem-que-plastico-se.html
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fonte:abcnews.go.com e Revista Época

Projeto Balde Cheio - Uma nova Oportunidade para o Agricultor Familiar através da Tecnologia Social


O projeto “Balde Cheio” demonstrou a viabilidade técnica e econômica da propriedade familiar para a produção de leite. Alguns de seus resultados são a obtenção de lucro nesse tipo de propriedade antes deficitária, o aumento da renda do pequeno produtor, a redução do êxodo rural e o aumento da produção de leite, por hectare / ano, de até 12 a 15 vezes (ou seja, de 1.100% a 1.400%). Tudo isso com metodologia inovadora, que supera muitos dos problemas normalmente enfrentados pela transferência de tecnologia da pesquisa para o campo.

As propriedades assistidas pelo projeto possuem, em sua maioria, de meio hectare a 20 hectares. A tecnificação e o bom gerenciamento permitem que esses produtores familiares multipliquem sua renda, renda essa que, em alguns casos, era, antes de aderirem ao projeto, inferior a um salário mínimo.

Cerca de 90% dos produtores assistidos pela Embrapa Pecuária Sudeste conseguia produção diária inferior a 80 litros no início dos trabalhos. Após a sua incorporação ao projeto, passaram a obter de 300 litros a mil litros / dia. Mas o indicador mais importante na atividade, que é a produção de leite por hectare / ano, foi elevada de 12 a 15 vezes.

O projeto apresenta várias inovações, com destaque para duas delas: 1) os trabalhos são dirigidos tanto a técnicos da extensão rural - treinados pelos pesquisadores da Embrapa - como a produtores e em todas as etapas é obrigatória a participação de um parceiro da extensão rural, pública ou privada; 2) a transformação das propriedades em “salas de aula”, pois é lá que ocorrem todos os encontros, palestras e dias-de-campo. Ao invés de dias de campo esporádicos ou palestras em ambientes fechados, os encontros nessas “salas de aula” são permanentes e essa propriedade é assistida durante um período de quatro anos, ficando depois totalmente independente. O sítio fica sob monitoramento permanente de um técnico da extensão rural, com visitas periódicas do pessoal da Embrapa e é aberto a visitações.

Os pecuaristas assistidos são pequenos produtores que estavam a ponto de abandonar a atividade e que hoje estão numa situação confortável. “Ninguém vai ficar rico com pequena produção de leite, mas o pequeno produtor pode multiplicar a sua renda, investir em tecnologia e gerência, viver dignamente e com conforto”, afirma Artur Chinelato de Camargo.

Outras informações

Jorge Reti (MTb 12693-SP e MS14130/SJPSP/FENAJ)
Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos/SP)
Contatos: (16) 261-5611
E-mail:
jreti@cppse.embrapa.br
fonte: globo rural e www.rts.org.br